segunda-feira, 13 de junho de 2011

De repente 30...

E de repente, não mais que de repente...30!
Simples assim, como poesia de Vinícius. Cheia de contratempos, contrassensos, contentamentos...
Há quem se preocupe, quem se descabele, quem mude a cor do cabelo, quem apenas tonalize o que já existe e quem ria muito disso tudo. Mas o certo é que não é coisa qualquer. A partir daqui, pensamos em tudo o que não terá mais a mesma rigidez de antes; nos cremes antirrugas (porque os anti-estrias já descobrimos que não existem). Mas também lembraremos de todas as inseguranças que deixamos para trás: de não sermos aceitos em alguma tribo, ou de nos culparmos tanto pelo telefonema que ele não deu no dia seguinte.   Antes, disse Sant'anna, "a escalada era de subida", corrida... por que chegar até aqui bem e sem ralar era coisa para poucos, ou quase ninguém. Hoje a corrida é contrária. Aliás, nem é mais corrida, temos é que de sa ce le rar. Não que estejamos "descortinando". Mas, o tempo é outro. Tudo parece menos fugaz, até você entender que "nem tudo é o que parece". O paladar mais depurado; o tato mais livre, treinado; a visão, não literalmente, consegue ser mais abstrata, o que nos permite ver o concreto ( e isso é incrível!); a audição? Essa não tem jeito, é construída desde os primeiros anos de vida, mas, quem não sabia ouvir, se não aprendeu até os 30, é pouco provável que consiga depois. Há pessoas que já têm 40, e nunca fizeram 30 de fato. Se agarram às marcas de espinhas que ainda possuem ou à faculdade que não conseguiram concluir, só para não provarem o suculento e pavoroso sabor da maturidade ( ou do início dela). Mas ela está para todos, menos aos que se vão antes...Sendo assim, prefiro-a, recebo-a... e sei que mais tarde não terei o menor remorso de não a ter vivido, por medo, apegos ou nostalgias...embora eu não abra mão de nenhum desses sentimentos que me fazem a cada ano sentir-me viva.  Por isso: Viva os 30... Viva aos 30... Viva à vida!

2 comentários:

Mari disse...

Primeiramente, parabéns! Pelo texto (lindo!!!)pelos 30 anos que se passaram, pelo ano a mais de vida, pelo ano a menos.

Eu não faria 30 anos, se pudesse escolher. Incrivelmente, 31, 32, 33... me assustam menos. Não me lembro de ter sofrido quando estava pra entrar nos 20 como estou sofrendo agora, às portas dos 30. Penso que sofro assim porque, apesar de muitas experiências, muuuuuita coisa ficou por fazer. E agora não dá mais tempo. Como você mesmo disse, a corrida agora é inversa. Desacelerar é o intuito. Minha ótica de vida é extremamente dramática: ñ sei o que é mais triste: envelhecer ou morrer jovem. Mas, como disse Lary no meu post sobre os 'quase 30', não temos mesmo muitas opções; isso era regalia dos 20 e poucos. Agora é ser ou não ser.

Beijooo!
Felicidade...

*Lu* disse...

Gi, adorei o texto! Para ser sincera, quando era mais nova eu achava que aos 30 estaria velha e já teria feito tudo na vida...rsrs Hoje, faltando muito (muito pouco, abafa o caso) para os 30 eu vejo que está começando uma nova etapa, de mais maturidade e mais leveza. Não fiz quase nada do que ainda quero fazer e por isso me sinto tão viva. Parabéns pelos 30! Bjus!