quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Escrevendo a vida...com uma borracha ao lado!


Acabei de ler algo que diz que "viver é escrever sem borracha". E achei a frase descabida de misericórdia e de sentido do que vem a ser viver. O que seria do escritor sem uma borracha na mão? ou sem a tecla "delete"? Estamos a todo momento tentando acertar e isso requer de nós coragem e acima de tudo a maturidade de entender que o que fazemos ou pretendemos fazer pode não dar certo. E se não der, nada nos impede de passar uma borracha, de usar um líquido corretivo e, até mesmo, se o texto, a história foi escrita de caneta, passar um traço em cima e seguir em frente tentando acertar novamente. Chega dessa história que inventaram para nós de que nossos erros não têm volta! Têm sim. A borracha pode até ser mal usada e ficar ainda uma marquinha daquilo que ficou no passado, o corretivo e o traço de caneta podem até deixar o nosso "texto" menos elegante, mas nada, acredite, NADA pode nos impedir de tentar de novo, de escrever um novo contexto, de usar palavras menos doloridas nos versos, nas frases...é a lei natural. Fomos dotados de Livre Arbítrio (a atitude mais nobre de quem ama) E esse L.A, nos garante a possibilidade de voltar atrás, de seguir em frente, de apagar, consertar, rabiscar a nossa própria história. Olho hoje para trás e vejo o tanto de coisas que apaguei, deletei da minha vida e percebo que se não fosse assim viveria num eterno cárcere da minha própria memória, afinal, ainda que eu não quisesse apagar, as coisas, os fatos PASSAM. Confesso que acho extraordinária a capacidade do nosso cérebro de guardar nossas lembranças (boas ou ruins); de nos permitir voltar no tempo, sempre que queremos, só para sentir de novo aquele perfume, aquele gostinho, que vivemos há anos, décadas atrás; sentirmos como se fosse AGORA aquele abraço apertado da despedida ou da chegada, aquele cheirinho de mãe quando cabíamos em seu colo. Contudo, isso não significa que não podemos reescrever nossa história, "navegar é preciso", viver é necessário. Por isso, sempre que for preciso, FAÇO, REFAÇO E DESFAÇO se for necessário. Quero viver, mais que isso: quero ser feliz! Nem sempre é fácil, mas é sempre possível.
**um bom ano para nós!**

2 comentários:

Mari disse...

Amei o texto, a exposição da idéia. Interessante demais! Augusto Cury chama essa nossa capacidade de "apagar" de reedição... Acredito piamente nela. Outro poeta e escritor singular, Pe. Fábio de Melo, usa a metáfora do "virar a página do caderno" para analogar nossa necessidade de consertar o que erramos... E concordo com vc qdo diz que:

"...a borracha pode até ser mal usada e ficar ainda uma marquinha daquilo que ficou no passado, o corretivo e o traço de caneta podem até deixar o nosso "texto" menos elegante, mas nada, acredite, NADA pode nos impedir de tentar de novo, de escrever um novo contexto, de usar palavras menos doloridas nos versos, nas frases..."

... mas acredito mais nesse poder de reedição, de virar a página, de começar de novo, no que do próprio apagar... e sobre essas "marquinhas" do corretivo ou da borracha, é mais fácil mudar a forma com a qual as enxergamos do q tentar acreditar q elas ñ estão mais ali... pq, de uma forma ou de outra sempre estarão!

leoo!! disse...

Estava com vergonha de comentar... Imagina... (risos)
Mas fui obrigado pela minha visão de toda essa coisa chamada vida! Na verdade, detesto ler, escrever, mas estou aprendendo a apreciar, essa... hummm, terapia? É, pode ser ou com certeza? :p
É ótimo ler, escrever, isso me deixa flutuante, me eleva a mais pura imaginação, me faz ‘enxergar o que não se consegue ver com os olhos’! Bom, falando sobre essa "borracha", penso que o passado é útil, talvez devessem por o que pensamos ser erros entre parênteses, tipo assim; (olha, tu errou aqui) ;)